À Luz da Bondade de Deus

"Os primeiros seguidores de Jesus Cristo que foram ao Jordão, onde João Batizava, com a esperança de encontrar o Messias, sentiam-se atraídos pela sabedoria das palavras de Jesus, pela bondade de seu trato e pelo poder de seus milagres" (cf. DAp,21). De fato, a bondade é um dos traços fundamentais da imagem de Deus, revelada em Jesus. O filho é o dom do qual a humanidade mais tinha necessidade; e o Pai o concedeu: "Com efeito, de tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna" (Jo 3,16).

Portanto, quem por alguma razão ainda hoje, assim como em outras épocas, se sente levado simplesmente a rejeitar ou então a prestar culto a um Deus castigador, rigoroso, de "tolerância zero" em relação às limitações humanas, tem nestes dias de preparação para a Páscoa uma ótima oportunidade de refazer sua ideia a respeito do Deus de Jesus e estabelecer com Ele um relacionamento fundado no Amor Misericordioso. Nosso Deus é condescente, pronto para atender-nos em nossas necessidades; sempre disponível para quem a Ele recorre e aberto aos que a Ele se dirigem e sempre inclinado a perdoar. Ele conhece, como ninguém, nossa condição humana e se faz próximo com terno amor: bastaria recordar, entre tantos, alguns episódios como o encontro com a Samaritana (Jo 4,5-42), a cura do paralítico (Lc 5,17-26), o perdão à mulher pecadora (Lc 7, 36-50), o choro diante do túmulo de Lázaro (Jo 1,35) e sobre Jerusalém (Lc 19, 41-44); também não deixa de ser comovente a descrição que Jesus faz do Pai d'Ele na Parábola do Filho Pródigo (Lc 15,11-32).

Como temos necessidade dessa proximidade tão cheia de ternura e compaixão!

Iluminados por essa Verdade de Fé, essência à vida cristã, poderíamos vivenciar melhor esse "tempo oportuno" da Quaresma dentro do Ano da Fé, na trilha da Campanha da Fraternidade e de toda movimentação em vista da Jornada Mundial da Juventude. Não seria essa mesma Luz, cujo brilho vem da experiência de um Deus que é bom e Providente, aquela que nos poderá ajudar a entender melhor a atitude do Papa de permitir que um outro, com melhores condições, assuma o governo da Igreja como sucessor de Pedro? Deus é sábio, poderoso e bom: Ele é o timoneiro da barca da história.

Jesus prometeu que se manifestaria a quem o ama. Também afirmou que amá-Lo, é ouvir a Palavra de Deus e colocá-la em prática (Jo 14,21). Portanto, quem deseja mergulhar nesse mistério de Amor e irradiá-lo ao mundo, deve buscar avidamente a Palavra de Deus; poderá fazê-lo em particular, em família ou em grupo; deve praticá-la com o desejo de experimentar seus frutos; precisa exercitar-se na oração como aquela dos encontros de Jesus com o Pai. Tudo isso há de traduzir-se em abertura ao amor, sobretudo para com os mais necessitados.

Envolva-se nas oportunidades que sua paróquia e a Diocese lhe oferecem: Missas, Cultos, Celebrações da Penitência e da Reconciliação; aproveite e faça uma Confissão para valer: não perca a oportunidade de se encontrar com Deus que perdoa. Participe de Grupos de Família e de atividades oferecidas por Pastorais e Movimentos. Tenha muita PAZ!

Dom João Francisco Salm

FONTE: A Palavra do Bispo Diocesano, Jornal Diocese em Foco, página 2.